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Foto do escritorChristian Lo Iacono

A Indivisibilidade Entre fé e prática Cristã

— Nem todo o que me diz: “Senhor, Senhor!” entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.

Muitos, naquele dia, vão me dizer: “Senhor, Senhor, nós não profetizamos em seu nome? E em seu nome não expulsamos demônios? E em seu nome não fizemos muitos milagres?”

Então lhes direi claramente: “Eu nunca conheci vocês. Afastem-se de mim, vocês que praticam o mal.”

— Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.

Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela não desabou, porque tinha sido construída sobre a rocha.

E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia.

Caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram com força contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.



Jesus chega ao final de seus ensinamentos em seu conhecido Sermão do Monte (Mt 5-7). Agora, ele não está preocupado em acrescentar mais instruções, mas deseja assegurar uma reação adequada aos ensinamentos que acabara de deixar. Aqui, Jesus volta-se dos falsos profetas (vv. 15-20) para os falsos crentes, dos falsos mestres para os falsos ouvintes (J. C. Ryle). Não são apenas os falsos mestres que tornam o caminho estreito difícil de se achar e mais difícil de se trilhar. O ser humano também pode se enganar dolorosamente (R. V. G. Tasker).


Por isso, Jesus nos leva a um confronto próprio, colocando diante de nós a escolha radical entre a obediência e a desobediência, e nos convoca a um compromisso incondicional da mente, da vontade e da vida com os seus ensinamentos. Ele nos adverte quanto a duas alternativas inaceitáveis: a profissão de fé meramente verbal (vv. 21-23) e o conhecimento meramente intelectual (vv. 24-27). Nenhum dos dois pode substituir a obediência; na verdade, ambos constituem um disfarce da desobediência. Jesus enfatiza solenemente que o nosso destino eterno, sim, dependente da obediência.


Assim, os dois parágrafos finais do Sermão da Montanha são muito parecidos. Ambos contrastam as reações certa e errada aos ensinamentos de Cristo. Ambos indicam que a neutralidade é impossível e que uma decisão definida tem que ser tomada. Ambos destacam que nada pode substituir a obediência ativa e prática. E ambos ensinam que a questão da vida e da morte no dia do juízo têm muito a ver com a nossa reação a Cristo e a seus ensinamentos nesta vida. A única diferença entre os parágrafos é que, no primeiro, se oferece como alternativa para a obediência uma profissão de fé com os lábios, e, no segundo, um mero ouvir, também como alternativa para a obediência.


21 “— Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor!’ entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos, naquele dia, vão me dizer: ‘Senhor, Senhor, nós não profetizamos em seu nome? E em seu nome não expulsamos demônios? E em seu nome não fizemos muitos milagres?’”


As pessoas que Jesus está descrevendo aqui estão confiando para a sua salvação em uma afirmação do credo, no que elas “dizem” a Cristo ou a respeito de Cristo: “nem todo o que me diz” (v. 21) e “muitos, naquele dia, vão me dizer” (v. 22). Mas o nosso destino final será estabelecido, Jesus insiste, não pelo que lhe dizemos hoje, nem pelo que lhe diremos no último dia, mas por fazermos o que dizemos, por estar a nossa profissão verbal acompanhada da obediência moral.


Uma profissão verbal de Cristo é indispensável. Para sermos salvos, escreveu Paulo, devemos confessar a Jesus Cristo com os nossos lábios e crer nele em nossos corações (Rm 10.9-10). E uma verdadeira profissão de fé em Jesus como Senhor é impossível sem a ação do Espírito Santo (1Co 12.3). Além disso, o tipo de profissão cristã que Jesus descreve no final do Sermão parece, pelo menos superficialmente, ser totalmente admirável. Começando, a profissão parece respeitosa, pois chama-o de “Senhor”, exatamente como hoje em dia a maneira mais respeitosa e educada de se referir a Jesus ainda é dizer “nosso Senhor”. Em segundo lugar, a profissão parece ser ortodoxa. Embora chamar Jesus de “Senhor” talvez não signifique mais do que chamá-lo de “mestre”, o contexto contém alusões a Deus como seu Pai, e a ele como Juiz, e, portanto, parece implicar em algo mais. Depois de sua morte e ressurreição, os cristãos primitivos certamente sabiam o que estavam fazendo quando o chamavam de “Senhor”. Era um título divino, uma tradução da palavra hebraica “Jeová” no grego do AT. Portanto, dentro dessa expectativa, podemos dizer que isso constitui uma confissão exata, ortodoxa de Jesus Cristo. Terceiro, a confissão parece ser fervorosa, pois não é um “Senhor” frio ou formal, mas um “Senhor, Senhor”, entusiástico, como se o orador desejasse chamar a atenção para a força e o zelo de sua devoção.


Em quarto lugar, a confissão é pública. Não é uma declaração particular e pessoal de fidelidade a Jesus. Alguns até profetizaram em nome de Cristo, chegando a pregar em público com a autoridade e a inspiração do próprio Cristo. Mais do que isso, a profissão de fé em alguns casos levou ao exercício de um ministério sobrenatural, que envolveu profecia, expulsão de demônios e milagres. O que essas pessoas destacam ao falar com Cristo no dia do juízo é o “nome” pelo qual ministraram. Três vezes usaram o seu “nome”, sempre colocando-o em primeiro lugar, para dar ênfase. Reivindicaram que, em nome de Cristo, pública e abertamente confessado, eles profetizaram, expeliram demônios e fizeram muitas obras maravilhosas. E não temos motivo para não acreditar nas suas reivindicações, porque cremos em todas essas manifestações do poder de Deus.


Que profissão de fé cristã poderia ser melhor? Temos aqui pessoas que chamam Jesus de “Senhor” com cortesia, ortodoxia e entusiasmo, em devoção particular e ministério público. O que poderia haver de errado nisso? Em si, nada de mau. E, não obstante, está tudo errado, porque essa profissão de fé é sem realidade. Por isso, Jesus passa do que eles dizem e dirão para o que Ele lhes dirá. 23 “Então lhes direi claramente: ‘Eu nunca conheci vocês. Afastem-se de mim, vocês que praticam o mal.’” Jesus também fará uma declaração solene. A confissão de Cristo será pública também, porém verdadeira. Embora tenham usado o nome de Jesus, os nomes dessas pessoas Jesus não conhecia.


A confissão dessas pessoas era apenas verbal, e não estava acompanhada de suas vidas. Chamam a Jesus “Senhor, Senhor”, mas não vinham se submetendo ao seu senhorio, nem estavam obedecendo à vontade de seu Pai. A versão de Lucas é mais forte: “Por que vocês me chamam ‘Senhor, Senhor!’, e não fazem o que eu mando?” (Lc 6.46). Há uma diferença vital entre o “dizer” e o “fazer”. A razão porque Cristo, o Juiz, os banirá de sua presença é porque praticam o mal. Podem alegar feitos grandiosos em seus ministérios; mas, no seu comportamento diário, as suas obras não são boas, mas más. Que valor teria para tais pessoas tomar o nome de Cristo nos lábios? Como disse Paulo, “afaste-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor” (2Tm 2.19).


Nós que, atualmente, declaramos ser cristãos, fizemos uma profissão de fé em Jesus, na conversão e publicamente no batismo. Damos a impressão de honrar a Jesus, chamando-o de “Senhor”. Recitamos o credo na igreja e cantamos expressivos hinos de devoção a Cristo. Até exercemos uma variedade de ministérios em seu nome. Mas parece que Ele não fica impressionado com nossas palavras piedosas e ortodoxas. Ele continua na expectativa de boas obras, de vida íntegra, de obediência.


24 “— Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha.” Enquanto no parágrafo anterior o contraste era entre o “dizer” e o “fazer”, agora o contraste é entre o “ouvir” e o “fazer”. De um lado, diz Jesus, está a pessoa que “ouve estas minhas palavras e as pratica” (v. 24); do outro, a pessoa que “ouve estas minhas palavras e não as pratica” (v. 26). Depois, Jesus ilustra o contraste entre os seus ouvintes, o obediente e o desobediente, com a sua conhecida parábola dos dois construtores, o homem sábio que “cavou” (Lc 6.48) e construiu a sua casa sobre a rocha, e o tolo que não queria se aborrecer com alicerces e contentou-se em edificar sobre a areia. Enquanto os dois prosseguiam com a sua construção, um observador casual não poderia perceber qualquer diferença entre as duas casas, pois a única diferença estava nos alicerces, e estes não podiam ser vistos. Só depois que uma tempestade se desencadeou sobre as duas casas com grande intensidade – “chuva no telhado, rio nos alicerces e vento nas paredes” (Bruce) – foi revelada a diferença fundamental. A casa edificada sobre a rocha resistiu à tormenta, enquanto a casa sobre a areia ficou irreparavelmente arruinada.


Da mesma maneira, os cristãos professos frequentemente se parecem. Não podemos facilmente distinguir o piedoso do não praticante da palavra. Ambos parecem estar edificando vidas cristãs. Jesus não está fazendo uma comparação entre cristãos e não cristãos que não fizeram nenhuma profissão de fé. Tanto que, o que é comum aos dois edificadores, é que ambos ouvem as palavras de Jesus. Ambos leem a Bíblia, vão à igreja, ouvem os sermões e até podem comprar literatura cristã. O motivo porque tão frequentemente não podemos diferenciar um do outro é que os alicerces de suas vidas estão ocultos aos nossos olhos. A verdadeira pergunta não é se ouvem os ensinamentos de Cristo (nem mesmo se os respeitam ou creem neles), mas se fazem o que ouvem. Apenas uma tempestade revelará a verdade. Às vezes, uma tempestade de crises ou calamidades revela que tipo de pessoas somos, pois, como bem diz Calvino, “a verdadeira piedade não se distingue totalmente de sua imitação até que venham as provações”. Caso contrário, a tempestade do dia do juízo certamente o fará.


A verdade sobre a qual Jesus está insistindo nesses dois parágrafos finais do Sermão é que nem um conhecimento intelectual dele, nem uma profissão de fé verbal, embora ambos sejam essenciais em si mesmos, podem substituir a obediência. A pergunta não é se nós “dizemos” coisas bonitas, polidas, ortodoxas e entusiásticas sobre Jesus; nem se “ouvimos” suas palavras, se prestamos atenção, se estudamos, se meditamos e se memorizamos, até empanturrar as nossas mentes com os seus ensinamentos, mas se nós “fazemos” o que dizemos e se “fazemos” o que sabemos; em outras palavras, se o senhorio do Cristo que professamos é a grande realidade de nossa vida.


Isso não é, naturalmente, ensinar que o caminho da salvação, ou o caminho para entrar no reino dos céus (v. 21), é pelas boas obras da obediência, pois todo o NT apresenta a salvação pela graça de Cristo apenas, mediante a fé. O que Jesus está destacando é que aqueles que verdadeiramente ouvem o evangelho e professam a sua fé hão de obedecê-lo, expressando a sua fé em obras. Os apóstolos de Jesus jamais se esqueceram desse ensinamento. A primeira carta de João alerta quanto aos perigos de uma profissão de fé verbal: “Se dissermos que mantemos comunhão com ele e andarmos nas trevas, mentimos e não praticamos a verdade” (1.6); “Aquele que diz: ‘Eu o conheço’, mas não guarda os seus mandamentos, esse é mentiroso, e a verdade não está nele” (2.4). A carta de Tiago avisa dos perigos de um relacionamento intelectual. Uma ortodoxia árida não pode salvar, ele escreve, mas apenas uma fé que se traduza em boas obras. “Sejam praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando a vocês mesmos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra e não praticante, assemelha-se àquele que contempla o seu rosto natural num espelho; pois contempla a si mesmo, se retira e logo esquece como era a sua aparência. Mas aquele que atenta bem para a lei perfeita, lei da liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte que logo se esquece, mas operoso praticante, esse será bem-aventurado no que realizar. Se alguém supõe ser religioso, mas não refreia a sua língua, está enganando a si mesmo; a sua religião é vã” (Tg 1.22-26). E mais adiante, Tiago escreve: “Meus irmãos, qual é o proveito, se alguém disser que tem fé, mas não tiver obras? Será que essa fé pode salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem com falta de roupa e necessitando do alimento diário, e um de vocês lhes disser: ‘Vão em paz! Tratem de se aquecer e de se alimentar bem’, mas não lhes dão o necessário para o corpo, qual é o proveito disso? Assim, também a fé, se não tiver obras, por si só está morta. Mas alguém dirá: ‘Você tem fé, e eu tenho obras’. Mostre-me essa sua fé sem as obras, e eu, com as obras, lhe mostrarei a minha fé. Você crê que Deus é um só? Faz muito bem! Até os demônios creem e tremem. Seu tolo, você quer ter certeza de que a fé sem as obras é inútil? Por acaso não foi pelas obras que Abraão, o nosso pai, foi justificado, quando ofereceu o seu filho Isaque sobre o altar? Você percebe que a fé operava juntamente com as suas obras e que foi pelas obras que a fé se consumou” (2.14-22). Vejamos o profeta Ezequiel: “Eles vêm até você, como o povo costuma vir, assentam-se diante de você como meu povo e ouvem as suas palavras, mas não as põem em prática. Com a boca, professam muito amor, mas o coração deles só ambiciona lucro” (Ez 33.31). O que são as nossas redes sociais, hoje? E me refiro aos cristãos mesmo, aos pastores, professores e donos de cursos de teologia. Estamos virtualizando a vida que deveríamos viver em Cristo e as boas obras. Viramos uma comunidade do discurso. Perdemos a identidade com Cristo, com sua vida e com a sua missão. Viramos empreendedores dos negócios de Deus. E quando não é dinheiro o que se busca, então é o poder, movidos pela vaidade de “parecer ser”, na grande mídia, tudo à custa do ser.


Ao aplicar esse ensinamento a nós mesmos, precisamos considerar que a Bíblia é um livro “perigoso” de se ler, e que a igreja é uma comunidade “perigosa” de se juntar, pois na leitura da Bíblia ouvimos as poderosas e vivas palavras de Cristo, e quando nos filiamos à igreja dizemos que cremos em Cristo. Como resultado, pertencemos a um grupo descrito por Jesus como aqueles que ouvem os seus ensinamentos e o chamam de Senhor. Nossa filiação, portanto, coloca sobre nós a séria responsabilidade de garantirmos que aquilo que sabemos e dizemos está sendo traduzido no que fazemos. 26 “E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que construiu a sua casa sobre a areia.” O ser humano sábio (Mt 10.16; 24.45; 25.2,4,8-9) constrói uma casa para resistir a tudo. A pessoa sábia em Mateus representa aquele que pratica as palavras de Jesus.


Assim, o Sermão do Monte termina com a mesma nota de escolha radical que perpassa os seus ensinamentos. Jesus não coloca diante de seus discípulos uma lista de regras éticas fáceis de obedecer, mas um conjunto de valores e ideais que é totalmente diferente do caminho desta era. Ele nos incentiva a renunciarmos a cultura secular prevalecente em favor da contracultura cristã. Repetidas vezes, ouve-se no Sermão o chamado que Jesus faz ao seu povo para ser diferente. A primeira vez que isso ocorreu foi quando nos chamou a ser sal da terra e luz do mundo. O que o pecado fez com o mundo acabou por levá-lo a uma grande deterioração, e, aqui, os discípulos, como sal, podem ajudar a evitar o seu apodrecimento total. Esta era é um lugar muitas vezes escuro e triste, sem sal, mergulhado em trevas; os discípulos de Jesus são chamados a ser a luz do mundo, dissipando suas trevas e sua melancolia.


Os padrões de vida apresentados por Jesus no Sermão são muito diferentes. Nossa justiça deve ser mais profunda porque atinge também o nosso coração, e o nosso amor tem que ser mais amplo porque abrange também os nossos inimigos. Na piedade devemos evitar a ostentação dos hipócritas e, na oração, a verbosidade dos pagãos. Por outro lado, nossas dádivas, nossa oração e nosso jejum têm que ser verdadeiros, sem comprometer a integridade cristã. Devemos escolher para ser nosso tesouro algo que dure por toda a eternidade, que não se desintegre na terra; e por Senhor devemos escolher a Deus, não o dinheiro e as propriedades. Quanto às nossas ambições (aquilo que de fato preocupa as nossas mentes), devemos buscar não a nossa própria segurança material, mas a propagação do governo e da justiça de Deus no mundo.


Em lugar de nos conformarmos com este mundo, quer na forma dos fariseus religiosos, ou dos pagãos irreligiosos, somos chamados por Jesus a imitar o nosso Pai celeste. Ele é um pacificador. Ele ama inclusive os ingratos e egoístas. Por isso, devemos copiá-lo, reprovando as obras das trevas. Só então poderemos mostar que verdadeiramente somos seus filhos e filhas (5.9, 44-48). Então, surge no Sermão a alternativa de seguir a multidão ou a nosso Pai que está nos céus, de ser como a cana agitada pelos ventos da opinião pública ou ser dirigido pela Palavra de Deus, pela revelação do seu caráter e pela sua vontade. O Sermão do Monte, assim, ao apresentar-nos essas alternativas, nos impõe uma escolha diária, prática.

É por isso que a conclusão do Sermão é tão apropriada: Jesus esboçando os dois caminhos (o estreito e o largo) e os dois edifícios (sobre a rocha e sobre a areia). Seria impossível exagerar a importância da escolha entre os dois, considerando que um deles leva à vida, enquanto o outro termina na destruição, e que um edifício é seguro enquanto o outro é derrubado pela calamidade. Muito mais notável que a escolha de uma carreira profissional ou de um companheiro para a vida é a escolha da própria vida. Qual a estrada que vamos tomar para viajar? Sobre que alicerces vamos começar a construir?


O modo cristão de viver jamais pode ser praticado a menos que se baseie em alicerce sólido, e o único alicerce seguro é o próprio Cristo (1Co 3.11; Is 28.16; At 4.12). “O firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: ‘O Senhor conhece os que lhe pertencem’” (2Tm 2.19). O ser humano cuja fé em Cristo é real e sincera, poderá edificar sobre essa fé, e o fará, e seu edifício resistirá às tempestades da vida, como a incompreensão e o desapontamento, o cinismo e a dúvida, o sofrimento e a perseguição. Mas aquele cujo coração se faz distante de Deus não tem alicerce sobre o qual construir, e, chegado o dia da provação, a ruína do seu edifício será grande (Ez 13.10-13). Não podemos esquecer que o registro de Mateus do Sermão do Monte deve ser interpretado dentro do contexto de todo o seu Evangelho. Não é à toa que esse Evangelho começa com uma profecia a respeito de Jesus que enfatiza seu papel de Salvador: “Ela [Maria] dará à luz um filho e você porá nele o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles” (1.21). Nesse contexto, o Sermão não força homens e mulheres a se desesperarem, muito menos a procurarem salvar-se por eles mesmos. Em vez disso, conduz homens e mulheres a Jesus, e tão somente a Jesus, para que o Cristo seja tudo neles!

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