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Foto do escritorChristian Lo Iacono

O que é idolatria? - Série Idolatria

Então Deus falou todas estas palavras: 2 — Eu sou o Senhor , seu Deus, que o tirei da terra do Egito, da casa da servidão. 3 — Não tenha outros deuses diante de mim. 4 — Não faça para você imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. 5 Não adore essas coisas, nem preste culto a elas, porque eu, o Senhor , seu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam.

“No mundo, existem mais ídolos que realidades” (Nietzsche, O crepúsculo dos Ídolos). Depois da crise econômica global de 2008, uma série trágica de suicídios de pessoas ricas foi registrada, especialmente nos EUA. Na década de 1830, Alexis de Tocqueville, falando sobre a América, notou uma “estranha melancolia a assombrar os habitantes [...] em meio à abundância.” Os americanos acreditavam que a prosperidade poderia lhes saciar o anseio por felicidade, mas Tocqueville acrescentou: “as alegações imperfeitas deste mundo jamais satisfarão o coração [humano]” (A democracia na América).


Há uma diferença entre tristeza e desespero. Tristeza é a dor para a qual existem fontes de consolação. Ela resulta da perda de algo bom entre várias coisas, de modo que, se você experimentar um revés profissional, por exemplo, poderá achar consolo na família para atravessas a dor. O desespero, por sua vez, é inconsolável, pois provém da perda de algo essencial. Quando você perde a fonte suprema de seu significado ou esperança, não existem fontes alternativas às quais se voltar. Isso acaba conosco.


Qual é a causa dessa “estranha melancolia” que domina nossa sociedade mesmo em tempos de explosão de atividades frenéticas e que se converte em desespero absoluto quando a prosperidade diminui? Tocqueville vai dizer que isso é consequência de se obter uma “alegria imperfeita deste mundo” e de se edificar toda a vida com base em tal alegria. Essa é a definição de idolatria.


Para nós, hoje, a palavra “idolatria” remete, além da religiosidade católico-romana, a imagens de povos primitivos curvados diante de estátuas. O livro de Atos contém descrições muito vivas de culturas do antigo mundo greco-romano. Cada cidade adorava suas divindades prediletas e construía santuários em torno das imagens delas para adoração. Quando foi para Atenas, Paulo viu uma cidade literalmente repleta de imagens de divindades (At 17.16). O Partenon ateniense dominava a paisagem, mas outras divindades estavam representadas em espaços públicos. Havia Afrodite, a deusa da beleza; Ares, o deus da guerra; Àrtemis, a deusa da fertilidade e da prosperidade; Hefesto, o deus da arte.


Nossa sociedade contemporânea não difere muito dessas antigas. Cada cultura é dominada por um conjunto próprio de ídolos. Cada uma tem seu “sacerdócio”, seus totens e rituais. Cada uma tem seus santuários – sejam torres de escritórios, sejam spas e academias de ginásticas, sejam estúdios, sejam estádios – onde sacrifícios devem ser oferecidos com o intuito de alcançar as bênçãos de uma vida boa e evitar desastres. O que são os deuses da beleza, do poder, do dinheiro e da realização, senão as mesmas coisas que assumiram dimensões míticas em nossa vida individual e em nossa sociedade?


Talvez não dobremos os joelhos diante da estátua de Afrodite, mas muitos jovens hoje entram em depressão e enfrentam transtornos alimentares por causa de uma preocupação obsessiva com a imagem corporal. Podemos não queimar incenso a Àrtemis, mas quando o dinheiro e a carreira profissional são elevados a proporções cósmicas, realizamos uma espécie de sacrifício de crianças, negligenciando a família e a comunidade para alcançar posição mais elevada nos negócios e obter mais riqueza e prestígio.


Depois que o governador de Nova Iorque destruiu a carreira por seu envolvimento em um prostíbulo de luxo, David Brooks observou que nossa cultura tem produzido uma categoria de grandes empreendedores com sério “desequilíbrio relacionado à posição que ocupam”. Eles têm habilidades sociais para relacionamentos verticais, para melhorar sua posição diante de mentores e chefes, mas nenhuma habilidade para criar laços em relacionamentos horizontais com cônjuges, amigos e família. Inúmeros candidatos na política “dizem concorrer para defender a família, embora passem a vida inteira correndo atrás da campanha, longe da própria família”. À medida que os anos passam, chegam à constatação de que a “grandiosidade que atingiram não basta e que se sentem solitários” (The rank-link imbalance, New York Rimes, 2008). Muitos de seus filhos e cônjuges estão distantes deles. Assim, esses líderes buscam curar a ferida. Envolvem-se em casos amorosos ou tomam outras medidas desesperadas para remediar o vazio interior. Então, ocorre a desintegração da família ou o escândalo, ou ambos.


Eles sacrificaram tudo ao deus do sucesso, mas não foi suficiente. Na Antiguidade, as divindades tinham sede de sangue e eram difíceis de apaziguar. Elas continuam assim hoje.


O grande fiasco econômico ocorrido entre 2008 e 2009 expôs o que hoje chamamos de “cultura da ganância”. Muito tempo atrás, Paulo escreveu que a ganância não era um mau comportamento apenas. “Ganância [...] é idolatria” (Cl 3.5), escreveu ele. O dinheiro, conforme advertiu, pode assumir atributos divinos, e nossa relação com ele se aproxima então da adoração e da reverência.


O dinheiro pode se tornar um vício espiritual, e, como todos os vícios, ele esconde de suas vítimas as reais proporções que tem. Corremos mais e maiores riscos de alcançar uma satisfação cada vez menor com o que almejamos, até que venha o colapso. Quando começamos a nos recuperar, perguntamos: “O que estávamos pensando? Como pudemos ser tão cegos? A resposta bíblica é que o coração humano é uma “fábrica de ídolos”. Ora, o uso da idolatria como uma categoria importante para a análise psicológica e sociocultural ganhou importância de novo nos últimos 20 anos no mundo acadêmico. Primeiro houve o apogeu de Feuerbach, Marx e Nietzsche, que usaram o vocabulário da “idolatria” para criticar a religião e o próprio cristianismo, dizendo que a igreja criara Deus a sua própria imagem de modo a promover os próprios interesses (Merold Westpahl).


A maioria das pessoas, quando pensa em ídolos, tem em mente estátuas em sentido literal. Porém, embora a adoração tradicional a ídolos ainda ocorra em muitos lugares do mundo, a adoração interna a eles, que ocorre no coração, é universal. Em Ezequiel 14.4, Deus diz sobre os anciãos de Israel: “estes homens levantaram ídolos dentro de seu coração”. Como nós, os anciãos devem ter respondido à acusação: “Ídolos? Que ídolos? Eu não tenho ídolo nenhum!”. Deus estava dizendo que o coração humano toma coisas boas, como uma carreira profissional bem-sucedida, o amor, os bens materiais e até a família, e as converte em coisas essenciais. Nosso coração as endeusa como o centro de nossa vida, porque, conforme pensamos, elas são capazes de nos dar significado e segurança, proteção e realização, se as alcançarmos.


Na Bíblia, a idolatria não se restringe à reverência diante da imagem de falsos deuses. O profeta Habacuque fala dos babilônios, “cujo deus é a própria força” (1.11), e de seu poderio militar, ao qual sacrificam e queimam incenso (1.16). Em Ezequiel 16 e Jeremias 2 e 3, os profetas acusam a nação de Israel de idolatria por ela ter firmado tratado de defesa com o Egito e a Assíria. Esses tratados ofereciam o pagamento de altas taxas e sujeição política em troca de proteção militar. Os profetas consideraram isso uma idolatria porque Israel estava confiando no Egito e na Assíria para lhes dar a segurança que só Deus podia lhes conceder. Quando o rei Saul desobedeceu à palavra do Senhor anunciada pelo profeta Samuel e começou a fazer negócio e a tratar de política externa de modo típico dos poderes imperialistas, Samuel lhe disse que a desobediência arrogante ao Senhor era idolatria (1Sm 15.23): “Porque a rebelião é como o pecado da feitiçaria, e a obstinação é como a idolatria e o culto a ídolos do lar”.


Na Bíblia, portanto, a idolatria é voltar-se para a própria sabedoria e competência ou para alguma outra coisa criada, a fim de alcançar o poder, a aprovação, o consolo e a segurança que só Deus pode dar. “Quando a mente se ocupa muito com um objeto, e o coração e os afetos se concentram muito nele, ocorre a adoração da alma; essa é [...] uma honra devida somente ao senhor, a de ter o primeiro lugar, o mais elevado, tanto em nossa mente quanto em nosso coração e esforços” (David Clarkson).


O enredo central de O senhor dos anéis concentra-se no Anel de Poder do senhor das trevas Sauron, capaz de corromper qualquer um que tente usá-lo, ainda que sejam boas as suas intenções. O anel é o que o professor Tom Shippey chama de “amplificador psíquico”, tomando os desejos mais ternos do coração e os amplificando a proporções idolátricas. Alguns personagens bons do livro querem libertar escravos, preservar a terra do seu povo ou impor justo castigo aos malfeitores. São todos objetivos positivos. Mas o anel os torna dispostos a qualquer coisa para consegui-los, qualquer coisa mesmo. Ele converte algo bom em um absoluto que subverte qualquer outra lealdade ou valor. O portador do anel torna-se cada vez mais escravizado e viciado nele, pois o ídolo é algo sem o qual não conseguimos viver. Precisamos tê-lo e, por consequência, ele nos leva a infringir regras que honramos, a prejudicar outros e até a nós mesmos a fim de obter esse ídolo. Os ídolos são vícios espirituais que levam ao mal terrível no romance de Tolkien e na vida real.


Estamos de tal forma centrados no problema da ganância, que temos a tendência de vê-lo “naquela gente rica logo ali”, a ponto de não percebermos a verdade mais fundamental, de que isso afeta a todos nós. A maioria das pessoas sabe que é possível fazer do dinheiro um deus. A maioria sabe que é possível fazer do sexo um deus. No entanto, qualquer coisa na vida pode servir de ídolo, um deus alternativo, um deus falso. “Não tenha outros deuses diante de mim” (Êx 20.3).


Ou seja, algo bom entre tantas coisas boas pode se converter em algo supremo, a fim de impor exigências que anularam todos os valores concorrentes. “Atribuir a alguma coisa valor supremo não significa necessariamente conferir-lhe um conjunto de atributos divinos metafísicos; o ato de atribui valor supremo envolve uma vida de plena devoção e máximo compromisso com algo ou alguém. O valor absoluto pode ser conferido a muita coisa. [...] Nessa extensão da adoração, a atitude religiosa não é percebida como parte da metafísica, ou como expressão de rituais habituais, mas como forma de devoção absoluta, uma atitude que transforma algo em um ser divino” (Moshe Halbertal e Avishai Margalit, Idolatry). Mas os deuses falsos sempre decepcionam, e, com frequência, de maneira destrutiva.


Achamos que ídolos são coisas ruins, mas quase nunca isso é verdade. Quanto maior o bem, mais provável é que esperemos dele a satisfação das nossas necessidades e esperanças profundas. Qualquer coisa serve de deus falso, especialmente as melhores coisas da vida.


O que é o ídolo? Qualquer coisa mais importante que Deus para você, que domine seu coração e sua imaginação mais do que Deus. Qualquer coisa que você busque a fim de receber o que só Deus pode dar. “Quando um valor finito [...] [se torna] um núcleo de valor pelo qual outros valores são julgados [...] [e] tem sido elevado à centralidade e imaginado como fonte suprema de significado, então quem fez escolheu o que judeus e cristãos chamam de um deus. [...] Para ser adorado como um deus, algo deve ser suficientemente bom para que seja possível considerá-lo como o núcleo legítimo de valorização dessa pessoa. [...] Tem-se um deus quando um valor finito é adorado e venerado e visto como aquilo sem o qual uma pessoa não pode receber vida com alegria” (Thomas C. Oden).


Qualquer coisa que seja tão central e essencial para sua vida é um deus falso, e, caso você o perca, sua vida dificilmente parecerá digna de ser vivida. O ídolo tem uma posição de controle em seu coração a ponto de você ser capaz de investir nele a maior parte de sua paixão e energia, de seus recursos emocionais e financeiros, sem pensar duas vezes. Pode ser família e filhos, ou carreira profissional e enriquecimento, ou conquistas e aplauso da crítica, ou manter as “aparências” e a posição social. Pode ser um relacionamento romântico, a aprovação dos colegas, competência e habilidade, circunstâncias seguras e confortáveis, sua beleza ou seu cérebro, uma grande causa política ou social, sua moralidade e virtude, ou mesmo o sucesso no ministério cristão. Quando seu sentido na vida é consertar a vida de outra pessoa, podemos chamar isso de “codependência”, mas, na verdade, trata-se de idolatria. Ídolo é qualquer coisa que você observe e diga, no fundo do coração: “Se tiver isso, então sentirei que minha vida faz sentido, então saberei que tenho valor, então me sentirei importante e seguro” (Keller).


A beleza física é algo agradável, mas, se for “endeusada” e transformada na coisa mais importante da vida de uma pessoa ou cultura, então haverá Afrodite, não apenas a beleza. Existem pessoas, e uma cultura inteira, angustiadas o tempo todo por causa de aparência, gastando quantidades excessivas de tempo e dinheiro com isso e avaliando o caráter com base na aparência, uma prática bastante tola.


O conceito bíblico de idolatria é sofisticado, integrando as categorias intelectual, psicológica, sociais, cultural e espiritual. Há ídolos pessoais como o amor romântico e a família; ou o dinheiro, o poder e a conquista; ou o acesso a determinados círculos sociais; ou a dependência emocional de outras pessoas a você; ou a saúde, o preparo físico e a beleza física.


Há ídolos culturais como o poder militar, o progresso tecnológico e a prosperidade econômica. Os ídolos das sociedades tradicionais envolvem família, trabalho duro, obrigações e virtude moral, ao passo que nas culturas ocidentais eles são a liberdade individual, o autoconhecimento, a riqueza pessoal e a realização. Todas essas coisas boas podem adquirir a dimensão e força desproporcionais na sociedade, e de fato é o que ocorre.


Também pode haver ídolos intelectuais, com frequência chamados de ideologias. Os intelectuais europeus do fim do séc. 19 e início do 20 tonaram-se convencidos acerca da visão de Rosseau da bondade inata à natureza humana e de que todos os nossos problemas sociais eram o resultado de educação e socialização deficientes. A Segunda Guerra Mundial destruiu essa ilusão. Beatrice Webb, a quem muitos consideram a arquiteta do estado de bem-estar social da moderna Grã-Bretanha, escreveu: “Apostei tudo na bondade essencial da natureza humana... [Agora, 35 anos depois, percebo] quão permanentes são os impulsos e instintos perversos no homem, quão pouco se pode esperar a mudança de alguns deles – por exemplo, a atração da riqueza e do poder – por meio de qualquer alteração no mecanismo [social]. [...] Não há quantidade de conhecimento ou ciência que seja útil, a menos que sejamos capazes de refrear o impulso ruim” (Margaret I. Cole, Beatrice Webb’s diaries).


Em 1920, H. G. Wells (História Universal) elogiou a crença no progresso humano. Em 1933, assustado com o egoísmo e a violência das nações europeias, Wells acreditava que a única esperança era os intelectuais assumirem o controle e implementarem um programa educacional compulsório enfatizando a paz, a justiça e a equidade. Em 1945, ele escreveu: “O homo sapiens, como tem gostado de chamar a si próprio, [...] exauriu-se”. O que aconteceu com Wells e Webb? Ambos tomaram uma verdade parcial e a transformaram em verdade universal, segundo a qual tudo podia ser explicado e aperfeiçoado. “Apostar tudo” na humanidade consistia em colocá-la no lugar de Deus.


A Bíblia usa 3 metáforas para descrever como as pessoas se relacionam com os ídolos em seu coração. Elas amam os ídolos, confiam neles e lhes obedecem. As Escrituras à vezes falam de ídolos usando uma metáfora conjugal. Deus deveria ser nosso verdadeiro cônjuge, mas quando desejamos outras coisas mais do que Deus e nelas nos deleitamos mais do que em Deus, cometemos adultério espiritual (Jr 2.1-4.4; Ez 16.1-63; Os 1-4; Is 54.5-8; 62.5). O romance e o sucesso podem tornar-se “falsos amantes” que prometem fazer com que nos sintamos amados e valorizados. Os ídolos conquistam nossa imaginação, e podemos identificá-los ao observar nossos devaneios. O que gostamos de imaginar? Quais são nossos sonhos favoritos? Voltamo-nos para nossos ídolos para que nos amem, deem-nos valor e um senso de beleza, importância e mérito.


A Bíblia costuma falar dos ídolos por meio da metáfora da religião. Deus deveria ser nosso verdadeiro salvador, mas recorremos à realização pessoal ou à prosperidade financeira para obtermos a segurança de que precisamos (Jr 2.28). Os ídolos dão a impressão de que estamos no controle, e podemos identificá-los ao observar nossos pesadelos. O que mais tememos? O que, se perdermos, tornaria a vida indigna de ser vivida? Fazemos “sacrifícios” com o intuito de apaziguar e agradar nossos deuses, crendo que eles nos protegerão. Voltamo-nos para nossos ídolos a fim de que nos forneçam um senso de confiança e segurança.


A Bíblia também fala de ídolos usando a metáfora política. Deus deveria ser nosso único senhor e mestre, mas o que quer que amemos e no que quer que confiemos, a isso também servimos. Qualquer coisa que se torne mais importante e inegociável do que Deus para nós torna-se um ídolo a nos escravizar (1Sm 8.6-8; 12.12; Jz 8.23; Rm 1.25-26; Gl 5.16; Ef 2.3; 4.22; 1Pe 2.11; 4.2; 1Jo 2.16). Nesse paradigma, podemos identificar os ídolos ao observar nossas emoções mais persistentes. O que nos deixa irados, ansiosos ou desesperançados de forma descontrolada? O que nos atormenta com uma culpa da qual não conseguimos nos livrar? Os ídolos dominam, uma vez que sentimos a necessidade de tê-los a fim de que a vida faça sentido. “O que nos controla é nosso senhor. A pessoa que busca poder é controlada pelo poder. A pessoa que busca aceitação é controlada por quem ela deseja agradar. Não controlamos a nós mesmos. Somos controlados pelo senhor da nossa vida” (Rebecca Pippert, Out of the saltshaker).


O que muita gente chama de “problemas psicológicos” são simples questões de idolatria. Perfeccionismo, alcoolismo, indecisão crónica, a necessidade de controlara vida alheia – tudo isso origina-se do processo de tornar coisas boas em ídolos, que, depois, nos consomem à medida que tentamos apaziguá-los. Os ídolos dominam a nossa vida.


Embora pensemos que vivemos em um mundo secular, os ídolos, deuses resplandecentes da nossa era, mantêm o direito de propriedade da confiança funcional do nosso coração. Com a situação mundial global em grande confusão, muitos ídolos que temos adorado há anos ruíram à nossa volta. Essa é uma excelente oportunidade. Nas histórias antigas, isso significava que o feitiço lançado pela bruxa má havia se quebrado e surgido uma oportunidade de fuga. Momentos como esse chegam a nós, indivíduos, quando alguma grande iniciativa, busca ou pessoa em que edificamos nossa esperança deixa de cumprir o que (pensávamos) tinha prometido.


O caminho a seguir para superar o desespero consiste em discernir os ídolos do nosso coração e da nossa cultura. Mas isso não é suficiente. O único modo de nos libertarmos da insuficiência destrutiva dos deuses falsos é nos voltarmos para o Deus verdadeiro. O Deus vivo, que se revelou tanto no monte Sinai quanto na cruz, é o único Senhor que, quando encontrado, pode de fato nos satisfazer e, caso falhemos, pode de fato nos perdoar.“

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